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Os produtores de trigo têm que conviver e controlar diversas doenças que atacam a cultura. No Rio Grande do Sul, uma bacteriose incomum está causando problemas para os agricultores da região. A queima bacteriana do trigo é causada por uma bactéria que vive normalmente na superfície da planta sem causar problemas em condições normais. No entanto, com a temperatura amena e chuvas prolongadas, com duração de quase quatro dias seguidos nas últimas semanas, a bactéria encontrou as condições perfeitas para se proliferar e virar um patógeno, causando perdas de produtividade que ainda não conseguiram ser calculadas com precisão.
Segundo o pesquisador João Leodato Maciel, que está acompanhando os problemas causados pela bacteriose no último mês, é difícil estabelecer o impacto de prejuízo que essa bacteriose causa. Ele diz que experimentos feitos com bactérias similares mostram perdas de 10% a 20% na produção, mas que agora os pesquisadores vão se voltar com mais dedicação aos estudos sobre esta bacteriose incomum. Maciel explica que ainda não há nenhum tipo de controle contra a doença porque ela é causada por fatores climáticos, mas diz que os produtores não precisam ficar alarmados porque o problema será solucionado naturalmente assim que as condições climáticas voltarem ao normal e desfavorecerem o desenvolvimento da bacteriose.
— Tivemos um problema que tem sido relatado há uns 20 dias no campo. Fizemos algumas análises e identificamos que o problema está sendo causado por uma bactéria que se chama Pseudomona siring. Não é uma bactéria recente. Ela vive na superfície das plantas de trigo, a princípio sem causar nenhum problema para a planta, mas na medida em que tem uma condição favorável de temperatura e umidade ela pode desenvolver uma ação patogênica e causar lesões como a queima bacteriana e afetar as folhas. O que provoca a ocorrência da doença na lavoura é o fator ambiental com temperatura relativamente amena, entre 15º e 20º, combinada com umidade alta com precipitações prolongadas por três a quatro dias. Isto normalmente ocorre na fase mais no início de espigamento da cultura. Ainda não existe uma recomendação de manejo específica — avisa o pesquisador.
Maciel diz que não existem bactericidas para o trigo e que a única forma de controle que poderia ser adotada para combater esta bacteriose seria a utilização de cultivares resistentes, mas ainda não existe nenhum material que seja tolerante à bactéria. Ele explica que como a ocorrência da bacteriose é muito incomum, a doença ficou em segundo plano nas pesquisas, mas com os problemas recentes ela será estudada com maior detalhamento com o teste de resistência de algumas cultivares da região.
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